Esperei passar o carnaval que se fez a respeito do mais recente filme do José Padilha para, então, assisti-lo. “Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro” já leva consigo duas marcas históricas: o filme brasileiro mais visto em território nacional [a ação da pirataria, dessa vez, quase nula] e, por causa de sua temática, ter sido motivo de uma ação jamais vista neste país: a invasão e tomada, por parte do Estado, de um forte domínio do tráfico no Rio de Janeiro.
Não me recordo e nem mesmo jornais antigos relatam algo parecido com o que se viu na operação articulada para tomar o Complexo do Alemão das mãos dos traficantes. Em períodos pré-eleitorais é muito comum ações mais acirradas ou obras concluídas em tempo recorde. Mas, estranho é perceber que, finalizadas as eleições, algo nessa proporção nunca houve. A única resposta cabível para tal ato heróico é que o Estado, a Mídia e Militares entenderam o filme do Padilha.
Coronel Nascimento, diante da falsa ação que está se desenvolvendo para invadir a favela em busca de armas apreendidas pelo tráfico, percebe que estavam na Secretaria de Segurança Pública seus verdadeiros inimigos, e sem meias palavras, irônico e indignado, apelida a operação: Operação Iraque. Assim, a ação conjunta contra a reação do Padilha fora a de mostrar, antes mesmo que a população se desse conta, que o Estado combate, sim, o poder paralelo do tráfico, que o BOPE é o herói da cidade maravilhosa e que os meios de comunicação relatam e apóiam tal combate.
Com bandeira nacional hasteada em plena favela, as inescrupulosas relações e interesses que a ficção apresenta foram mesmo piada pronta no país da piada pronta. As ações que se seguiram sob a autorização do Governador reeleito Sergio Cabral, o ataque do BOPE, a fantasiosa cobertura da Mídia, com o filme ainda em cartaz, foram retrato fiel do que se passa na película. A diferença que transformou todo o espetáculo numa pseudo-trilogia é que já haviam passado as eleições.
Sem dar vazão a mensagens subliminares nem a sutilezas de linguagem, o Diretor esculacha, marca cinco dedos na cara que se dá ao tapa, mostra e fala [pela boca do Coronel Nascimento] quem e com quais intenções, de fato, comanda, legitima, mantém a atual estrutura da corrupção no Brasil. Só o povo não entendeu. E se entendeu, preferiu assistir e vibrar, com a continuação, fac simile, do filme.
O papel da população no filme é similar aos contornos de vida real diante do ataque ao Complexo do Alemão. Na estória, depois do extermínio em Bangu I, Coronel Nascimento, ao entrar num restaurante, é ovacionado, cortejado, contemplado por toda a audiência do recinto. No cinema, vendo a cena dos aplausos, muitos não se contiveram: aplaudiram também.
A não-interpretação popular faz páreo duro com a insistente interpretação cristã-marxista de gatos pingados da esquerda que, óbvio, viram com maus olhos o ataque à favela, porém, avaliando-o como uma articulada ação de Mídia, Estado e Forças Armadas para o extermínio do povo preto e pobre da periferia. Ou seja, o mesmo discurso nulo que não mede proporções nem circunstâncias. Lugar-comum que leva a lugar nenhum.Surpreende mesmo é a capacidade tanto da população em geral como da esquerda brasileira de não relacionar uma ação [a do Estado] fruto de uma reação [o enredo do filme], ainda que, explícito, o foco das ações sejam a força da milícia, sob comando militar, para ter domínio sobre a favela, o Governador interagindo com essa estrutura e o deputado estadual, âncora do programa de TV que encobre e dissimula os reais culpados. No final da película, a câmera sobrevoando o Congresso Nacional, Coronel Nascimento pergunta: “Quem você acha que comanda esse sistema?”. Novos aplausos não respondem a pergunta. Chiliques marxistas não resolvem o problema.
INSEGURANÇA PÚBLICA – RIO DE JANEIRO
ResponderExcluirA IRRESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO ESTÁ DEIXANDO BOMBEIROS E POLICIAIS MILITARES INDIGNADOS.
A PMERJ DESTOA DAS POLÍCIAS MILITARES DO BRASIL E TEM SOLDOS INFERIORES AO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE (do soldado ao segundo-sargento), o que contraria o artigo 92, inciso I, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro e o ARTIGO 7º, INCISO VII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, pois O SOLDO É O SALÁRIO DO MILITAR. Pagando soldos inferiores ao salário mínimo vigente aos militares estaduais, o Governo do Estado do RJ está afrontando diretamente o princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, limitando o direito pleno à vida dos militares e prejudicando a sociedade, que conta com um serviço muito mal prestado. O ESTADO QUE POSSUI A SEGUNDA MAIOR ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS DO BRASIL PAGA O MENOR SOLDO DO PAÍS AOS MILITARES ESTADUAIS.
A PMERJ tem os menores salários do Brasil, e o Governo do Estado do RJ tem a folha mais leve do país, sinal de que o governador Sérgio Cabral não está comprometido com a Segurança Pública do Rio de Janeiro. O que é feito com a segunda maior arrecadação de impostos da federação? Ponderando-se o gasto familiar, o DIEESE estimou o salário mínimo necessário (capaz de atender às necessidades vitais básicas) em R$ 2.297,51 (dois mil, duzentos e noventa e sete reais e cinquenta e um centavos) em Junho de 2011, em conformidade com o artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federal de 1988. Portanto, quem ganha abaixo do supracitado valor recebe um SALÁRIO INDIGNO, ou seja, insuficiente para pagar as despesas básicas de sobrevivência.
O GOVERNO SÉRGIO CABRAL NÃO GOSTA DA POLÍCIA MILITAR E DO CORPO DE BOMBEIROS, MOTIVO PELO QUAL PAGA O PIOR SALÁRIO DO BRASIL AOS INTEGRANTES DAS REFERIDAS CORPORAÇÕES. O profissional que recebe um soldo inferior ao salário mínimo vigente tem condições de prestar um bom serviço? Não, pois o referido profissional precisa fazer "bico" na folga para complementar a renda (insuficiente). Não podemos investir em quantidade e ignorar a QUALIDADE! Não se faz segurança pública sem dinheiro, sem investimento. Sd PM de Brasília ganha igual a um Ten Cel aqui no RJ. O PM do Rio merece ser tratado como ser humano.
O que a tropa quer é DIGNIDADE!! O Policial Militar do Rio de Janeiro precisa de uma dose maior de estímulo (soldo digno) para não perder o foco. Oferecendo recursos (salário compatível com o mercado gira em torno de R$ 3.200,00), o Estado mostraria que valoriza o servidor. Uma boa remuneração possibilitaria a este profissional ter uma vida saudável e maiores condições de prestar um bom serviço. A verdade é que não há como o profissional prestar um bom serviço à população recebendo um SOLDO inferior ao salário mínimo vigente.